segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

"Como aprendi a tricotar meias" (PARTE 2)

《Quando o "gostinho" por tricotar meias surgiu, eu não sabia como tricotar uma meia! 
Qual o fio mais indicado? Quantas malhas deveria montar nas agulhas? E como fazer o calcanhar? (acredito que a minha querida criativa sabe do que estou a falar!)

Além disso, as minhas "referências" de infância que sabiam tricotar meias já não conseguiam (nem podiam) transmitir-me esse "saber-fazer" ancestral...
No entanto, a minha vontade e determinação em conseguir realizar o meu sonho persistiu e tornou-se a "minha bússola"! 

Nesse seguimento, comecei a "investigar" sobre meias (portuguesas e não só), estudei livros sobre o assunto, recolhi exemplares de meias "tricotados noutros tempos", assisti a inúmeros vídeos tutoriais, mas continuava a ver o tema como "um bichinho com 7 cabeças"!...

Um dia, numa manhã de Maio, cheia de Sol, numa atitude totalmente autodidacta, peguei num novelo de algodão, num jogo de 5 agulhas de pontas em madeira e comecei a tricotar uma meia! (Só a ACÇÃO cria TRANSFORMAÇÃO).

Como deve imaginar, tudo correu surpreendentemente bem! 
No processo, tive apenas 3 pretensões: praticar, aprender e simplificar! 
Não me detive no "quantas malhas?"...nem no "ai agora as 5 agulhas!", nem tão pouco no "como é que faço o calcanhar?"

Tal como um caminhante de fé, ao iniciar o percurso da escadaria do Bom Jesus, respirei fundo, coloquei todo o meu foco, atenção e amor no momento presente e "subi um degrau de cada vez", ou, por outras palavras, uma etapa na minha meia de cada vez: o cós, depois a perna, a seguir o calcanhar (em 4 partes, uma de cada vez), seguido do pé e, finalmente, a biqueira...

E, ao longo do processo, celebrei cada conquista, cada pequena (grande) vitória ao concluir cada uma das partes da minha primeira meia...

Se ficou perfeita? Não, não ficou! 
Na verdade, a minha primeira meia (que guardo com imensa ternura até hoje) ficou cheia de imperfeições!!! (Para um virginiano, como eu, a imperfeição "fere-nos a vista"!) 
Mas, graças a todas essas imperfeições, eu voltei a tricotar uma, e outra, e outra meia, até corrigir e superar cada uma delas, até criar o "meu modelo", até "alcançar a perfeição "! 
(continua...)


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